Mais de 30 grupos na região desenvolvem a economia solidária
Foi a partir do I Seminário sobre o Homem e a Seca do Nordeste, em 1983, que a Cáritas e alguns movimentos populares, grupos, comunidades e associações, iniciaram os Projetos Alternativos Comunitários (PACs). Esses tinham o objetivo de atender necessidades básicas, como a falta de água, comida, moradia e geração de renda. A partir dos PACs foram construídas as primeiras cisternas de placas e barragens subterrâneas na diocese, bem como desenvolvidas experiências de produção, comercialização de produtos agrícolas e criação de pequenos animais em diferentes municípios do Vale.
A partir das aprendizagens com os PACs, a Cáritas e os participantes dos PACs, começaram a perceber a necessidade de se unir entorno de uma nova proposta de fazer economia, criando assim possibilidades de sobreviver frente ao mercado capitalista.
Surgia assim a economia popular solidária, ela representava alternativa para milhares de pessoas que sozinhas, não conseguiriam enfrentar o mercado capitalista, bem como uma maneira de se opor a esse sistema competitivo e excludente. Trabalhar junto, no sistema de cooperação, compartilhando os dons da natureza e os bens socialmente produzidos, foram formas encontradas para garantir a sobrevivência e sustentabilidade da vida.
A economia solidária é um jeito de fazer a atividade econômica de produção, oferta de serviços, comercialização, finanças ou consumo baseado na democracia e na cooperação; é um jeito de estar no mundo e de consumir produtos locais, saudáveis, que não afetam o meio-ambiente; é um movimento social, que luta pela mudança da sociedade, por uma forma diferente de desenvolvimento. Além disso, a economia solidária se expressa em organização e conscientização sobre o consumo responsável, fortalecendo relações entre o campo e cidade, entre produtores e consumidores, e permitindo uma ação mais crítica e pró-ativa dos consumidores sobre qualidade de vida, de alimentação e interesse sobre os rumos do desenvolvimento relacionados à atividade econômica.
Hoje algumas das experiências idealizadas nos PACs ganharam força e podem ser facilmente visualizados na região, como é o exemplo da produção de artesanato, cosméticos, beneficiamento de frutas e legumes, medicina alternativa, fundos rotativos solidários, produção da agricultura familiar baseada na agroecologia, feiras da Agricultura Familiar e Economia Solidária e da Cooperativa de Comercialização - “Bodega Nordeste Vivo e Solidário”.
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