quarta-feira, 24 de abril de 2013

Audiência debate morte de agricultor Zé Maria do Tomé

Uma audiência pública foi realizada na manhã de ontem, na Câmara dos Vereadores do município de Limoeiro do Norte, para discutir a investigação do assassinato do líder ambientalista Zé Maria do Tomé, morto há três anos. A audiência foi realizada pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, com a presença do deputado estadual Antônio Carlos. Estiveram presentes o promotor de Justiça Felipe Diogo, o advogado Claudio Silva e representantes de movimentos sociais.

A morte de Zé Maria do Tomé ainda tem causado indignação na população que reside em comunidades da Chapada do Apodi, em ambientalistas e movimentos de proteção aos direitos humanos. O agricultor denunciava a expropriação de terras de pequenos trabalhadores e a contaminação da água em função do uso abusivo de agrotóxicos. Ele foi morto em 21 de abril de 2010, com 19 tiros.

No início da sessão, o deputado estadual Antônio Carlos contextualizou a temática que vem sendo um tema de bastante discussão principalmente na região. A palavra foi passada para o advogado do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado, Claudio Silva, que falou da repercussão do caso.

"O caso de José Maria hoje está no nível de casos de assassinatos de ambientalistas que foram repercutidos nacionalmente, como o caso dos extrativistas Maria do Rosário e Claudio", afirmou ele .

A professora da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (Fafidam), Bernadete Coelho, integrante do movimento Agenda 21, expôs a problemática do modelo agrícola, afirmando que o aumento da violência relacionada ao campo, não só na região, mas em todo o País, somado aos problemas dos agrotóxicos e a expropriação de terras, têm levado os agricultores a denunciarem esses problemas.

De acordo com o promotor de Justiça deste município, Felipe Diogo, o Ministério Público enfrentou muitos problemas para concluir as investigações do caso. "Conseguimos concluir a investigação e a ação penal. A luta agora, que deve ser principalmente da sociedade, é que esta ação chegue a um bom termo".
Por ELLEN FREITAS
COLABORADORA DO DIÁRIO DO NORDESTE

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