Na manhã do
dia 05 de maio de 2014, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST),
trabalhadores(as) e agricultores(as) das comunidades rurais da Chapada do Apodi,
com apoio de diversas organizações e movimentos, ocuparam a Segunda Etapa do Perímetro Irrigado
Jaguaribe Apodi, no município de Limoeiro do Norte (CE). A terra ocupada
pertence ao Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), órgão
subordinado ao Ministério da Integração Nacional, que tinha planos de licitar a
área para empresas do agronegócio, consolidando a implantação de um modelo
perverso e destrutivo na Chapada do Apodi.
A Chapada do
Apodi, desde a implantação do Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi, no final da
década de 1980, passou a ser um território em disputa entre agricultores(as)
camponeses(as) e o agronegócio. Nos anos 2000, intensificou-se a instalação, no
entorno do perímetro irrigado, de empresas nacionais e internacionais,
notadamente produtoras de frutas tropicais para exportação. Tais empresas instalaram
grandes áreas de produção irrigada aproveitando a infraestrutura pública de
canais de irrigação, estradas e energia elétrica, bem como dos bens naturais da
Chapada, como solos férteis e água subterrânea. Cabe destacar que esse processo
se deu com amplo apoio e financiamento do Governo Federal e Estadual.
A
territorialização das empresas nacionais e internacionais na Chapada vem acompanhada
de um processo destrutivo de produção do ponto de vista ambiental e social, entre
eles, destacamos:
-No processo
de produção é intensivo o uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, que
contaminam o solo, o ar e água, trabalhadores(as) e comunidades rurais;
-Os empregos
gerados são marcados pela exploração dos(as) trabalhadores(as); pela
precarização dos contratos trabalhistas; assédio moral; exposição aos
agrotóxicos, etc;
-As empresas
dominam a água superficial e subterrânea, drenando esse bem natural, via
exportação, para o mercado internacional.
Entre os
objetivos da ocupação destacamos três: (1) denunciar o atual modelo de produção
instalado na Chapada do Apodi; (2) exigir que o Governo Federal, representado
pelo Ministério da Integração Nacional/DNOCS, retire as empresas da área
invadida e, por fim, (3) que o DNOCS destine a área da Segunda Etapa do
Perímetro Jaguaribe-Apodi para os(as) agricultores(as) sem terra.
Convidamos toda
sociedade para apoiar essa luta por justiça social e ambiental. É fundamental o
apoio de todos/as para devolver a Chapada do Apodi aos(as) agricultores(as) e
trabalhadores(as) SEM TERRA.
Convocamos,
ainda, todos(as) os(as) agricultores(as) e trabalhadores(as) SEM TERRA da região
para se somarem à ocupação a fim de fortalecer o grito por justiça. TIREM SUAS
MÃOS, A CHAPADA É NOSSO CHÃO!